sábado, 6 de abril de 2013

Prefeito não é deus para fazer milagre em sete dias....

Depois de uma discussão ferrenha no facebook sobre as malditas paradas e a bendita rodoviária - ou seria o contrário? Fiquei lendo as manifestações dos patrulhenses e uma pergunta me veio a cabeça: será que o eleitor pensa que político é Deus para fazer milagre em sete dias?
Moramos em um país extremamente burocrático, o que dificulta muito as ações que são feitas pelos políticos que elegemos. Vejam bem, não estou aqui para defender partidos ou políticos, mas sim para lançar um pouco de bom senso sobre os eleitores. Sabemos que a plataforma de governo de um partido eleito não pode ser cumprida tão rápido quanto gostaríamos devido a grande papelada que ronda  nosso governo e a aprovação ou não dos que ocupam a mesa da santa ceia. 
Em apenas quatro meses de governo, andam querendo que o nosso prefeito já tenha aberto o Mar Vermelho, derrubado as muralhas de Jericó e talvez ressuscitado um ou outro morto perdido por aí. Não estou defendendo a pessoa ou o partido que ocupa o trono da prefeitura, mas sim o cargo de prefeito e temos que entender que diante de tanta promessa pré-eleitoral é preciso ter paciência para se ver cumprido tudo o que pedimos, afinal Abraão esperou cem anos para ter o filho prometido e ainda quase que teve que sacrificá-lo.
Comparações à parte com os milagres bíblicos, me parece que é exatamente isso que o eleitor espera, que o prefeito saia com seu cajado fazendo chover maná e entregando a terra prometida com muito leitinho e mel. As coisas não funcionam bem assim e nós sabemos disso, pois muitas vezes amargamos nas filas das empresas estatais quando precisamos de carimbos, certificados e alvarás. Me parece que nosso país foi forjado seguindo um protocolo e que Cabral teve que voltar umas duas vezes a Portugal antes de desembarcar aqui porque esqueceu da assinatura de alguém. Paciência! É preciso cobrar daqueles que colocamos nos cargos de prefeito e vereadores, mas é também necessário ter paciência, são apenas homens cumprindo seu papel e não profetas bíblicos guiando o povo pelo deserto.
Esperamos que uma política limpa seja feita, que a plataforma de governo do partido eleito, mesmo que não seja o nosso seja cumprida, que não haja corrupção, nepotismo ou secretarias criadas apenas para gerar empregos para os que fizeram campanha. Esperamos principalmente, e agora eu vou ser extremamente parcial, que os professores recebam um gordo aumento de salário e a educação uma injeção de investimentos financeiros e intelectuais. Mas devemos esperar que isso se cumpra durante o governo de quem está no poder e não nos primeiros quatro meses após serem eleitos. 
Eu não quero de modo algum ser tendenciosa, embora alguns saibam que o neoliberalismo corre pelas minhas veias, porém quando um projeto de algum partido, que não o meu, vai trazer melhorias para a população eu apoio em todos os sentidos. Também acredito em bons administradores independente do partido ao qual estão ligados ou a profissão que exercem fora da carreira política. Se conseguem administrar e distribuir as verbas, se entendem das secretarias que estão assumindo, se tem ótimos projetos que envolvam toda a população eu não vejo porque não receber apoio da população. 
O que vejo muito em Santo Antônio da Patrulha é um povo preso a uma politica patriarcal, acostumados ao voto personificado, não apoiando o atual governo por  dar apoio a pessoas que não ocupam nenhum cargo na prefeitura quando deveriam apoiar as plataformas de seus partidos. Se o prefeito que eu ou outro cidadão apoiavamos não ganhou a eleição, não podemos fazer birra em defesa daqueles que perderam, isso se dá como um atraso para a cidade. Nós temos um governante, mas a cidade é nossa, somo nós que construímos a política e a economia da cidade, nós a fazemos crescer e me pergunto por que ficaríamos empacando projetos de  melhoria da cidade apenas porque não é o prefeito que gostaríamos que tivesse sido eleito? Nós somos a cidade e não o prefeito. Deus prometeu a terra ao povo de Israel mas foram eles que tiveram que tomar posse, andaram no deserto, passaram fome, foram perseguidos mas não ficaram esperando o milagre sentados olhando para o céu , eles moveram forças para que o milagre acontecesse. Para que as muralhas de Jericó caísse o povo teve que andar em volta, para que o gigante morresse Davi teve que enfrenta-lo, Gideão lutou com apenas trezentos homens para conquistar a liberdade de seu povo. E nós? Ficamos sentados a frente do computador cutucando o prefeito esperando que ele faça um milagre? Acha que os hebreus ficaram sentados no deserto cutucando Deus perguntando em quanto tempo ele ia dar Canaã, sendo que Canaã estava ocupada?
Senhor prefeito, sabemos que é dotado de alguns poderes, porém ainda não fazes milagres, pelo menos não como político, nós entendemos que prometeste muitas coisas e acreditamos que as fará cumprir, mas lhe daremos mais do que sete dias para que cumpras suas promessas, terás quatro anos para libertar o povo dos paradões, restaurar o patrimônio histórico, asfaltar a Porto Emerim até a 474, trazer um pouco de vida e saúde ao nosso sistema único e quem sabe até multiplicar os peixes. Nós ainda temos fé. Se Jó teve paciência, quem somos nós para duvidar?

4 comentários:

  1. Bueno Marcinha,

    Bom texto, fluente, bom de ler, muito embora as sucessivas citações bíblicas e teu confesso neoliberalismo me deixem com um pé atrás. hahahahahaha.

    Mas assim, indo no cerne da questão, há de se separar o joio do trigo inclusive no que diz respeito as críticas dirigidas ao novo governo, quem critica com fundamentos e quem só faz a linha de defesa dos derrotados. É sabido que a questão do transporte público não estaria solucionado em 100 dias, quiçá em um ano, mas eu chutaria em dois, dado os mesmos trâmites burocráticos por ti citados.

    Mas a crítica não se refere a ausência de implementação de solução, mas justamente a ausência de um projeto, um caminho rumo a tal solução. E tu há de convir comigo que durante a campanha foi cantado aos quatro ventos que a solução estava na mão, que uma vez eleitos isso já seria encaminhado de pronto. Mas depois de eleitos (no início de outubro) até hoje já se foi mais de meio ano, e a verdade é que ninguém, absolutamente ninguém da Administração sabe dizer "o que", "como" e "quando" teremos como solução do problema.

    Fraterno quebra coetela,
    berbacha

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fico feliz que tenha gostado do texto, as citações bíblicas foram a título de sarcasmo... quanto a minha posição neoliberal (um adues hoje a uma das personificações do neoliberalismo Margaret Thatcher) ela não é de modo algum prejudicial a saúde já que tenho bom senso de concordar com projetos de outras linhas políticas desde que estas sejam para a melhoria da cidade.
      Quanto aos paradões eu ei de concordar que a população está correta em cobrar no mínimo um projeto concreto com um cronograma específico, mesmo que este tenha um ou dois anos. Falta mais do que uma solução, falta uma bela de uma resposta, sem final apocalíptico para que o cidadão possa acompanhar o começo, o meio e o fim do projeto.
      Um obrigada, de uma pseudo escritora, pelo comentário!
      Márcia Peixoto

      Excluir
  2. Oi Marcinha! Sou aqui de Santo Antônio e também tenho um blog! Encontrei teu blog por acaso e fiquei feliz em saber que tem alguém aqui em Santo Antônio que tem um blog, porque é difícil encontrar, hein... Hehehe. Parabéns pelo blog!

    www.blogsuperbonita.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Luana... só vi teu comentário e já fui lá far uma espiadinha. também fico feliz quando descubro que tem blogueira na minha terra. Gostei muito do teu blog e já ta nos favoritos!!! Sucesso!!! E se quiseres podemos manter contato!!!!
      Abraço! Marcinha

      Excluir