terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Lição filosófica do dia...

Um filme pode ser inspirador e nem precisa ser um filmão daqueles oscarizados, pode ser um "a lá " Sessão da Tarde. Se estamos dispostos a ver muito mais do que personagens dialogando na tela, podemos tirar grandes lições  de pequenos roteiros. 
Este filme não é engracado, muito menos tocante mas qualquer um pode se identificar com a protagonista sem graca Annie que está no fundo do poco enquanto tenta manter a pose de madrinha da melhor amiga que está prestes a se casar e ter uma vida perfeita. A vida de Annie é uma droga: ela tem mais de trinta, foi abandonada pelo namorado, com quem ainda transa e por quem é desprezada, depois que sua confeitaria faliu. Divide uma casa fuleira com dois malucos e tem um emprego que odeia. Mas quando ela pensa que nada pode piorar eis que sua melhor amiga (a noiva) a troca por uma amiga mais bonita, mais divertida e muito mais rica. Annie é uma personagem totalmente possível. Eu confesso que me vi olhando para o espelho durante quase o filme todo. As vezes tudo pode dar errado, essas vezes podem nem durar um mês, um ano, mas  tem dias que a gente se encontra lá no fundo, onde o balde nem alcança, onde, se você jogar uma moeda não vai nem conseguir ouvir o som dela tocando o fundo.  Annie está ali para nos lembrar que se tudo deu ou está dando errado não é culpa de ninguém além de nós mesmos que por alguns momentos resolvemos nos render nessa luta que travamos todos os dias. O nosso fracasso é nossa responsabilidade mas encontrar a solução para sair da crise também é.
Não existe nenhuma reviravolta fantástica no filme e o final é previsível como toda comédia romântica, o que vale mesmo é prestar atenção em como Annie vai lidando com as dificuldades que vão se apresentando. Ela surta, ela põe a boca no mundo, ela deixa a felicidade escapar pelos dedos, mas ela também percebe a tempo que é preciso arregaçar as mangas e trabalhar para consertar os erros cometidos.
Outra lição que podemos aprender com o filme é que as vezes o gramado do vizinho é mais , muito mais verde mas ficamos tanto tempo contemplando as partes superficiais do terreno que não enxergamos o quanto tem de coco de cachorro entre as folhas. A vida do outro pode parecer perfeita aos nossos olhos, as vezes invejamos uma amiga ou uma amiga de uma amiga por ter uma vida mais fácil, por ter mais dinheiro, por ter se dado bem no amor, na vida profissional, mas esquecemos que lá no fundo, bem no fundinho as coisas podem estar mais escuras do que imaginamos.
Aprenda a não comparar a sua vida com a vida de alguém próximo que se deu bem , digamos assim, todas as pessoas tem problemas, todos temos algum coco escondido em algum lugar do nosso gramado e muita gente passa uma vida tentando esconder isso, camuflar o cheiro, para que os amigos, os parentes ou sei  lá mais quem, não se afaste ao enxergar toda a sujeira. Ou então tentam demostrar toda a felicidade do mundo para esconder a profunda tristeza que existe em suas almas. É isso aí, Annie, nossa protagonista, não tão profunda mas de uma verdade única, nos faz pensar que a vida é mesmo uma merda, tudo pode dar errado, mas quando você decide parar de se lamentar e começar a tentar as coisas podem sim funcionar, não do jeito que a gente quer, mas do melhor jeito que podemos viver.

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